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parte_ii_capitulo_03

III

Narrador desconhecido

Devem se lembrar do começo do livro. Como podem ver, Alex consegui o que queria. Narrou os fatos mais relevantes acontecidos desde sua chegada até aqui.

A narrativa chegou ao presente, e tudo que vem daqui adiante, tem um gosto de coisa nova. Talvez o mesmo gostinho que Alex imaginava ter as bochechas arredondadas de Maria, quem sabe? Decerto apenas, que a paixão de Alex não se tratava por atração física. Maria não tinha características físicas de uma modelo, era como já dito, bem comum, nem bonita, nem feita, era magnificamente encantadora.

Mulher inteligente com tudo para ser doutora, mas que por escolha preferia ser menina.

Mantinha no rosto uma máscara de moça despreocupada, com olhar alegre, e sorriso de desdém para tudo que fosse sério. Tudo numa mistura estranha que contrastava com a mulher guerreira que realmente era.

“Enquanto houvesse uma Maria despreocupada fingindo ser pequena, haveria um Alex ingênuo fingindo ser grande.”

* * *

Goiânia, Universidade Cosmos, sala 107B.

O professor Paulo colocava algumas observações sobre as redações corrigidas:

— É indispensável que vocês leiam os textos que escrevem. Se não conseguirem ler com os olhos, se tiver vergonha que outras pessoas ouçam, é só falar que deixo vocês irem em outra sala, aí é só fechar a porta e abrir o verbo.

Em outra sala, minutos depois…

— Um jovem todo misterioso chega em uma cidadezinha as vésperas de um desastre, se apaixona por uma garota local, começa a acontecer assassinatos e todos desconfiam dele. — Sílvio descrevia seu romance.

— Você já contou isto. E o final, como é? — perguntou Anna Caroline.

— Perde a graça se eu contar? Daqui a alguns dias vou imprimir e você lê.

— Pensei que estávamos aqui para você contar a história?

— É… pensei, mas assim é ruim. Você não vai sentir a emoção…

— Então?

— Então depois eu imprimo e trago.

— Tudo bem, vamos embora, então…

Sílvio endireitou a coluna no assento rapidamente:

— Eu conto, eu conto… Ele chega lá em um dia… — Sílvio é interrompido.

— Eu vou pegar a ficha de inscrição deste concurso de novos talentos de literatura pra você hoje antes de entrar no trabalho, depois eu leio. Não quero perder a emoção da história. — disse Caroline em tom levemente sarcástico — Já é tarde tenho que ir.

— Já?

— Já!

— Já? — insistiu Sílvio.

— O que você quer?

— Você sabe exatamente o que quero.

— Sílvio! — Comporte-se.

— Ahi, ahi, ahi, está bom, você precisa de tempo. Vou com você até o ponto.

— Como sempre…

— Está desprezando minha companhia!

— Vamos logo. — Disse Caroline enquanto o puxava pelo colarinho.

parte_ii_capitulo_03.txt · Última modificação: 17/01/2024 20:36 por admin

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