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Parte I

Segue os documentos encontrados na mala.

Texto originais sem edições ou correção ortográfica ou gramatical.

S.R.

ALEX

Quanto tempo! Esta era a frase que rondava meu único pensamento na manhã em que cheguei. Desembarquei ao meio-dia, caminhei pelas proximidades. A rodoviária parecia deserta, eu nunca estive ali, talvez sempre fosse assim. Um taxista de nome Alberto apresentou-me um hotel que ao seu julgamento condizia com o que’eu poderia pagar. Humilde, pouco confortável, bastante limpo! Pagava-se uma bagatela pela diária que dava direito ao café da manhã e roupas de cama; uma toalha, um lençol, um cobertor, e uma fronha. Tudo trocado às doze e trinta.

Dormi lá apenas uma noite, acordei cedo, caminhei toda a manhã. Enfastiado, nunca estabeleci hábito de almoçar ou jantar, assim continuei vagando por aquelas ruas com um único intuito: o de conhecer aquele lugar.

Às quinze horas daquele domingo adentrei num bar imundo, assentei ao fundo próximo à cozinha, onde podia sentir o cheiro forte das frituras, e ali, agradado pelo cheiro, não hesitei comer por quase uma hora, muitos aperitivos, como: ovos cozidos, frango, toucinho frito e pasteis. Como comi pastéis! O senhor Israel, dono do botequim, estava alegre, se não pelo grande numerário que receberia ou pelos aperitivos que não jogaria fora ao final daquele dia de poucos clientes. E ainda com aquele gosto preso na saliva, segui até onde notei pela manhã haver uma grande Igreja.

Igreja de Santana. Descobri depois se tratar da Matriz municipal. Era uma construção grande, e não uma grande construção com algum atrativo turístico.

Hesitei em benzer-me com o Sinal da Cruz, tenho meus motivos. Confesso ter ficado mais aliviado quando o fiz. Então me sentei na primeira poltrona à direita do altar, e ali fiquei até que a missa começasse horas depois, sem que alguém me perturbasse.

MARIA

A Igreja estava cheia quando cheguei, caminhei no corredor entre as fileiras formadas pelas poltronas, esperando encontrar ali algum dos meus tios que costumavam deixar um espaço, que muito me serviria. O dia foi difícil! Não desejaria ficar em pé no fundo, segurando minha bolsa de livros, durante toda a celebração. Quando me aproximei do altar percebi a presença de um rapaz sorridente. Estava só e sentava-se geometricamente no meio da poltrona. Esperava alguém? - Fiz-me esta pergunta pouco antes de direcioná-la a ele:

— Não — respondeu o jovem sem retirar os olhos do altar.

Achei estranho que ele estivesse sozinho… Talvez o problema não fosse seu… Possivelmente ninguém o tivesse questionado. Então seria conveniente fazê-lo:

— Posso me sentar?

Ele levantou rapidamente e me mostrou o assento erguendo as mãos levemente: “Por favor” — disse.

LEONARDO

E como diz meu amigo Alex: “Eles estavam naquilo que chamavam destino”. Lá, ele e ela juntos. Não demorou até que a missa começasse. O vigário caminhou até o altar e o Canto de Entrada soou. Era algo sobre José e o Egito, sobre Jesus e João Batista. Penso que era algo sobre Fé. O jovem que ainda não se adaptara a nenhum nome e a jovem Maria não trocaram palavras até o término da leitura do Evangelho. Momento em que o padre esperava que o coroinha lhe entregasse o microfone para fazer o sermão, quando o jovem, anônimo, teve um ataque de risos. Todos olharam para aquela poltrona onde estavam com bastante espaço. Vendo o vexame, Maria o perguntou sobre os motivos do riso. O jovem sem tomar fôlego disse ofegante:

— Adoro estas histórias.

— Quê? — perguntou Maria segurando o antebraço do rapaz.

O rapaz continuou rindo até sentir aumentar a pressão em seu antebraço. Calou-se, e o padre não hesitou avisar que cabia mais três pessoas no banco da frente. O casal aproximou mais, ao notar a chegada de dois outros devotos que por seu grande peso, fazia urgente a necessidade de se sentar.

— É um prazer conhecê-la, disse o rapaz ao sentir esquentar seu antebraço no contato com a moça.

A Paz de Cristo foi todo o contato que tiveram nosso casal de heróis.

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parte_i_capitulo_01.txt · Última modificação: 17/01/2024 03:45 por admin

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